quinta-feira, 22 de novembro de 2007

NECESSIDADE E A DIVERSIDADE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

6.1 NECESSIDADE e a DIVERSIDADE de RELAÇÕES INTERNACIONAIS

· Trocar bens, serviços e capitais com os outros países é uma prática constante e indispensável à satis­fação das necessidades das populações.

Comércio Interno e Comércio Externo

· Comércio interno, quando os agentes económicos intervenientes pertencem ao mesmo país;

· Comércio externo, quando os agentes económicos intervenientes pertencem a países diferentes.

Comércio Externo e Comércio Internacional

«Todas as manhãs, os grãos do café que bebo vêm dos planaltos da América Central ou da Abissínia, o meu sumo de fruta foi extraído de toranjas da Florida ou de Israel. As minhas camisas de algodão indiano foram manufactu­radas na Formosa ou em Macau. Ouço as notí­cias no meu transístor japonês. Em cada uma das minhas refeições, ao mesmo tempo que reservo o meu copo à França, convido a América Latina, a Ásia e a África para o meu prato.» Edgar Morin (adaptado).

· Resto do Mundo agente económico constituído pelo conjunto das economias com as quais um país tem relações de troca.

· Comércio internacional – comércio entre países em geral.

· Comércio externo – comércio de um país com outros.

Troca de Bens, Serviços e Capitais

Os recursos naturais, humanos e tecnológicos estão desigualmente distribuídos. Cada país tem os seus recursos próprios que permitiu a especialização.

Para além da troca de bens:
o É possível adquirir ou vender serviços, como o turismo, .
o Pode investir-se no estrangeiro,
o receber remessas que os nossos emigrantes nos enviam do país onde estão a trabalhar ou, pelo contrário, enviar remes­sas dos imigrantes que trabalham no nosso país para os seus países de origem;
o É pos­sível receber fundos provenientes da União Europeia, etc.
.
Entre um país e o Resto do Mundo estabelecem-se pois relações económicas diversifica­das : - de mercadorias,
- de serviços e
- de capitais.




A Divisão Internacional do Trabalho

“Em cada país, os indivíduos especializam-se e regiões inteiras especializam-se.
A troca de bens e de serviços entre diferentes países permitiu que este princípio da divisão do trabalho se alargasse à escala internacional. O comércio externo teve origem na necessidade de os diferentes países trocarem os seus produtos por outros que não conseguem produzir por si próprios ou que só conseguem produzir a custos muito elevados. Os exemplos mais evidentes são as trocas de mercadorias entre a Europa e as regiões tropicais”. Stanlake, G Frederik, Introdução à Economia

Cada país, ou até região, considerando:
· O seu clima,
· Os seus recursos naturais;
· A sua população.
Especializa-se em determinadas produções ou prestações de serviços a preços mais baixos em termos absolutos e/ou em termos relativos

A divisão do trabalho entre países com tipos de recur­sos diferentes origina desigualdades nas trocas, beneficiando os países mais industrializados.

Os países mais desenvolvidos ganham mais nas trocas porque:
· exportam bens tecnologicamente mais exigentes e, portanto, mais caros,
por bens produzidos nos países mais atrasados:
· produzidos à base de recursos naturais, de mão-de-obra menos especializada e de menor transformação tecnológica.

É a DIT que tem sustentado a divisão da produção mundial entre países.

RAZÕES das TROCAS INTERNACIONAIS

• Vantagens absolutas e comparativas
Um país deverá especializar-se na produção de bens para os quais tem mais vantagens, trocando-os por outros que não produz tão facilmente.

• Divisão internacional do trabalho
Os países especializam-se na produção dos bens para os quais têm vantagens , Assim, os países mais desenvolvidos deverão produzir bens tecnologicamente mais sofisticados, à base de capital, enquanto os países mais atrasados deverão produzir bens à base de mão-de-obra. As trocas resultarão desta complementaridade na produção.

• Estratégia de crescimento económico
Ao produzirem-se bens, de acordo com as vantagens de cada país, estes aumentarão a sua produção, o seu rendimento e o seu bem-estar. O comércio aparece, pois, como uma estratégia de crescimento.




• Globalização
O alargamento das relações económicas entre os países que é, hoje, fruto do desenvolvimento das comunicações, é um factor incompatível com o isolamento comercial.

Conclui-se, portanto, que:
• o comércio entre os povos tem por base a necessidade de consumir outros bens que não são produzidos internamente;

• as trocas entre os países são de natureza diversa, abrangendo mercadorias, servi­ços e capitais.

“ O solo a pluviosidade, o clima, a flora e a fauna são elementos determinantes para a existência de trocas internacionais. Os europeus e os norte americanos, se dependessem do clima e do seu solo não consumiam produtos tropicais, como o cacau ou o café. Cerca de 80% da produção mundial de cacau, espécie originária das florestas equatoriais da América do Sul, concentra-se nos países dessa região e de África nomeadamente Gana, Nigéria, Costa do Marfim, Camarões, Brasil, Bolívia e Equador”.Rossetti, Introdução à Economia


“ As reservas de petróleo estão fortemente concentradas: aproximadamente 85% do consumo mundial são supridos pelo petróleo bruto do Médio Oriente, do Norte de África, dos países do Sudoeste da Comunidade de Estados Independentes, do centro dos EUA, do Canadá, do mar do Norte e da Venezuela. A Europa Ocidental, produtora de carvão, é dependente de petróleo. Igual dependência afecta o Japão e os Tigres Asiáticos. Rossetti, Introdução à Economia

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